quarta-feira, 8 de junho de 2016

Projeto Livro Solidário leva Ziraldo para Sarau Literário na escola lar de Maria

“Não existe criança diferente em cada época, o que existe é o mundo ao redor da criança, mas ela precisa ser sempre maluquinha.” Foi assim, falando da energia e da necessidade de permitir com que a criança viva cada dia de sua infância que o escritor mineiro Ziraldo falou aos pais, professores e alunos presentes durante o Sarau Literário realizado, na Escola Lar de Maria, na manhã desta sexta-feira, 03, dentro da programação da XX Feira Pan-Amazônica do Livro.

Organizado pela Imprensa Oficial do Estado (IOE), através do Projeto Livro Solidário, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), dentro Projeto Pan-Amazônica na Escola, o Sarau Literário chega à sua segunda edição neste formato de parceria. Segundo Carmem Palheta, coordenadora do Livro Solidário, a ideia é incentivar o hábito da leitura entre as crianças e trazer os escritores que estão na Feira do Livro pra dentro das escolas. “As crianças, os alunos trabalham as obras daquele autor sobre vários aspectos e constroem com isso peças de teatro, contações de história e outras manifestações artísticas”, explica.

Durante dois meses os alunos escolheram e trabalharam os livros de Ziraldo para apresentar ao autor dentro do Sarau Literário utilizando colagens, pinturas, apresentações de coreografias da trilha sonora da “Turma do Pererê” (Programa de TV exibido pela TV Brasil entre os anos de 2002 e 2004) e do filme “O Menino Maluquinho”. Ziraldo se emocionou com a apresentação. “Eu estou muito feliz de estar aqui. Estou sendo olhado com muito carinho e isso já justifica minha presença aqui em Belém, uma cidade que já visto há 10 anos e que se dependesse de mim eu viria todo o ano, inclusive pro Círio de Nazaré”, disse o escritor.

Para o adolescente Lucas Eduardo Silva, de 12 anos e estudante do 5º ano no Lar de Maria, o livro “O Menino Maluquinho” foi o mais importante que leu durante o período de estudos do projeto de leituras das obras de Ziraldo. “Ele escreveu esse livro pra todo mundo ler. Quando eu li achei que o ‘Menino’ era importante pra mim”, declarou o estudante que também é “repórter-mirim” do projeto “Despertar para Cidadania”, desenvolvido na escola. “Eu li também ‘A Turma do Pererê’, ‘Menina com Laço de Fita’, ‘A Professora Maluquinha’ e o ‘Menino Marronzinho’; e foi muito bom pra me ajudar a escrever também pro jornal da escola”, acrescentou.

Para a coordenadora de cultura da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Ana Cataria Brito, o Sarau Literário “aposta firmemente na construção de outro Brasil”. Assim como ela, Ziraldo acredita nesta nova construção desde que se respeite o tempo da criança para que ela tenha condições de ser um adulto que saiba exercer sua cidadania.

“A criança tem uma energia que nós não temos. A criança tem que ser maluquinha. Então, toda vez que você corta o ‘barato’ dela, você faz muito mal a ela. Você tem que prestar atenção no seu filho e não querer que seu filho raciocine igual a você. Tem que esperar, tem que ajudar. A pior coisa que você pode fazer pelo seu filho é dizer: estou preparando o meu filho para o futuro. Você está estragando a felicidade do seu filho”, ensinou e concluiu dizendo o quanto ainda é necessário incentivar a consciência crítica. “O homem saiu do dilúvio para a lua, de verdade. E isso só foi possível porque aprendemos a ler e a escrever. A gente precisa é aprender a interpretar. Mas a criança, ela tem que ser feliz hoje e a vida é feita de vários hoje”, comentou.

Por: Danielle Franco
Secretaria de Comunicação
 Fotos: Fernando Sette











Nenhum comentário:

Postar um comentário